A vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Santos no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, foi tudo menos tranquila. O Tricolor somou três pontos importantes, mas quem saiu do estádio falando do desempenho do time acabou mudando de assunto assim que voltou para casa. O motivo? Uma decisão extremamente questionável de arbitragem, que já está circulando entre torcedores e repercutindo nas mesas-redondas esportivas.
O lance decisivo aconteceu aos 28 minutos do segundo tempo. Matheus Alves, atacante são-paulino, não hesitou: invadiu a área, driblou o goleiro Gabriel Brazão e, no momento do chute, levou um contato claro na perna direita provocado pelo próprio arqueiro do Santos. O estádio inteiro prendeu a respiração esperando o apito do árbitro Wilton Pereira Sampaio, mas ele não sinalizou nada. Na cabine do VAR, o silêncio foi o mesmo. Ninguém quis saber da revisada, e o jogo seguiu, inflamando a torcida do Tricolor e os debates no rádio e na TV.
Após o apito final, as imagens do lance foram analisadas em câmera lenta. O consenso ficou evidente: houve o contato, e a penalidade deveria ter sido marcada. Paulo César Oliveira, ex-árbitro e comentarista renomado, não mediu palavras. "Foi pênalti, não tem discussão. O goleiro atinge a perna do atacante, impede a continuidade da jogada. Não dá pra entender o critério do VAR," afirmou, mostrando indignação com a falta de consistência que já virou rotina no futebol brasileiro.
Essa não é a primeira vez, e com certeza não será a última, que a tecnologia do VAR vira protagonista – para o bem ou para o mal. O torcedor, há meses, sente desconfiança: por que lances idênticos têm decisões diferentes a cada rodada? A frase "o VAR só funciona quando quer" circulou bastante nas redes logo após o lance polêmico do Morumbi. Isso aprofunda um problema antigo: a falta de uniformidade na arbitragem nacional faz crescer a pressão em cima de jogadores, técnicos e direção de clubes.
No campo de jogo, o São Paulo administrou o resultado, assegurando pontos preciosos que o empurram para a parte de cima da tabela, de olho numa vaga na Libertadores. Para o Santos, a derrota veio com um sabor mais amargo ainda; o clube agora observa com apreensão a proximidade do Z-4, dependendo de tropeços de Bahia e Vitória para não flertar com a zona de rebaixamento. Nos bastidores, dirigentes e torcedores prometem não deixar barato: já falam em formalizar reclamação junto à CBF.
Enquanto isso, as críticas ganham corpo, e o debate sobre o papel do VAR nos momentos decisivos segue sem solução clara. O que era para ser uma ferramenta de justiça, virou motivo de dor de cabeça e desconfiança. Quem acompanha o Brasileirão está cansado desse roteiro repetido: lances duvidosos, VAR omisso e um futebol onde até o mais simples dos lances pode complicar a vida de qualquer time.