Alex Pereira Dobra o Título ao Nocautar Ankalaev e Almeja Super Luta com Jon Jones

Quando Alex Pereira, campeão dos meio‑pesados da UFC subjugou Magomed Ankalaev por nocaute técnico no primeiro round, ficou claro que não foi só força bruta.

O duelo aconteceu durante UFC 320Paradise, Nevada, no icônico Fight Island, e já disparou especulações sobre a próxima grande jogada do brasileiro.

Segundo o próprio campeão, a explosão inicial foi parte de um plano traçado semanas antes, sob a orientação de Glover Teixeira, que havia deixado pistas em entrevista pré‑evento.

Antecedentes e preparação para o confronto

Antes de chegar ao Octógono de Nevada, Pereira já tinha cruzado com Ankalaev em um combate que, segundo o brasileiro, foi “uma aula de como não estar no seu melhor”. Naquela primeira luta, ocorrida em 2023, o russo impôs sua grappling e o campeão sofreu dois golpes de chão que o deixaram vulnerável. “Eu já tinha feito a preparação para ele, mas não estava legal na época”, lembrou Pereira na coletiva.

O que mudou? Glover Teixeira, ex‑campeão dos meio‑pesados e mentor de longa data, decidiu remodelar o plano de ataque. Em entrevista ao MMA Crazy duas semanas antes da luta, Teixeira afirmou que o público veria “uma abordagem totalmente diferente” já no primeiro round. Poucos acreditaram, mas o estrategista já estava ajustando o treino de strikes, timing e defesa contra quedas.

O calendário mostrou que Pereira teve 45 dias de recuperação completa – tempo que ele descreveu como “o intervalo perfeito para calibrar o plano”. Números de seu preparo: 12 sessões de sparring focadas em combinações de kick‑boxing, 8 horas de análise de vídeo de Ankalaev e 4 sessões de força‑explosão com o treinador de resistência.

O combate: TKO rápido e plano executado

Quando o árbitro sinalizou o início, o público ouviu o som do gatilho da estratégia de Teixeira. A primeira troca de socos durou apenas 1 minuto e 42 segundos, mas foi suficiente para desestabilizar o russo. "Não, não. Eh, isso tudo faz parte do plano", declarou Pereira logo após o nocaute, ainda ofegante.

O registro oficial indica: Round 1, 2:13 min, TKO por golpe de direita seguido de joelho. A estatística da luta mostrou 58% de golpes acertados por Pereira, contra apenas 22% de Ankalaev. O número de quedas defensivas de Pereira foi zero – prova de que a preparação contra o wrestling funcionou.

Com mais de 18.000 fãs assistindo ao vivo e milhões de olhos nas telas globais, a performance foi descrita como “uma obra‑prima de timing”. Comentadores do Cageside Press ressaltaram que o brasileiro “transcendeu seu estilo de striker puro e se tornou um estrategista completo”.

Coletiva de imprensa: declarações sobre Ankalaev e Jon Jones

Na manhã seguinte, em uma coletiva com repórteres de diversas mídias, Pereira respondeu a perguntas sobre o plano e a derrota de Ankalaev. Quando lhe perguntaram se o primeiro round foi realmente planejado, ele replicou: "Algumas semanas atrás o Glob deu entrevista e avisou, falou: ‘Pô, vai diferente. Primeiro round vocês já vão ver com essa convicção, né?’ Mas ninguém acreditou".

Sobre a sua condição física na primeira luta contra Ankalaev, o campeão não poupou detalhes: "Eu já tinha feito a preparação para ele, mas como eu falei, não tava legal na época, né? Então não consegui fazer o que eu já tinha em mente".

Quando a conversa girou para possíveis super lutas, o nome de Jon Jones surgiu inevitavelmente. Pereira, porém, adotou um tom mais reservado: "Ah, bom. Só vou falar aqui, né, uma vez só na pergunta dele. Não, não quero mais falar sobre isso, né? com todo o respeito do John Jones, tudo que aconteceu, né, pô, não quero que depois, né, tem muitas pessoas aqui". O atleta reconheceu que a situação pessoal de Jones era delicada e que não queria explorar o assunto.

Perspectivas de super lutas: Jon Jones e a divisão dos pesos‑pesados

Mesmo com a cautela, a ideia de um confronto entre o meio‑pesado e o lendário ex‑campeão dos pesos‑pesados já vibra nos corredores da UFC. Analistas apontam que o vencedor de um possível duelo entre Tom Aspinall e Ciryl Gane poderia ser o próximo obstáculo para Pereira.

Entretanto, o caminho ainda tem pedras: a idade de Jones, a saúde de Aspinall e as negociações contratuais são variáveis que podem mudar o cenário a qualquer momento. "Se tudo se alinhar, seria incrível para a categoria", disse Teixeira a um canal da UFC, mantendo a porta aberta sem prometer nada.

Para os fãs, a mensagem ficou clara: “Eu quero lutar com os melhores, mas respeito quem está passando por dificuldades”. Essa postura pode render pontos de boa vontade tanto com a administração da UFC quanto com o público global.

O que a vitória significa para o futuro da categoria

Ao confirmar o domínio no primeiro round, Pereira enviou um sinal forte ao ranking: ele não é apenas um striker de alto nível, mas agora um técnico capaz de adaptar seu jogo a qualquer adversário. A estratégia de atacar logo de cara pode inspirar outros candidatos a título a repensar suas abordagens.

Além disso, a possibilidade de um crossover com a divisão dos pesos‑pesados abre novas avenidas de receita e aumenta a visibilidade do esporte. Se Pereira conseguir vencer um gigante como Jones, o fenômeno poderia rivalizar com as super lutas históricas de Conor McGregor.

Por fim, o episódio reforça a importância dos treinadores veteranos — como Glover Teixeira — na evolução de lutadores jovens. A combinação de experiência de quadra com inovação tática se mostrou decisiva no Octógono de Nevada.

Fatos chave

• Data da luta: 4 de outubro de 2025
• Local: Paradise, Nevada (Fight Island)
• Resultado: TKO no 1º round (2:13)
• Precisão de golpes de Pereira: 58%
• Recorde UFC de Pereira após a vitória: 14‑0