A Série B do Campeonato Brasileiro de 2024 trouxe desafios imensos para o América-MG, especialmente em suas atuações fora de casa. A equipe, que almejava retornar à elite do futebol brasileiro, encontrou obstáculos significativos ao ter que viajar pelo país. Este cenário resultou em apenas 13 pontos conquistados de um total possível de 57 nas partidas como visitante. Foram 19 jogos disputados fora de seus domínios, mas a equipe só saiu vitoriosa em duas ocasiões, somando ainda seis empates e 11 derrotas.
A dificuldade em vencer fora de casa não é novidade no futebol, mas no caso do América-MG, essa particularidade foi determinante para seu desempenho insatisfatório na competição. Ao comparar com os jogos em casa, onde a equipe se demonstrou mais consistente, o contraste é evidente. Em campo adversário, a pressão ambiental, somada a fatores como viagens longas e desgastantes, parecem ter pesado sobre o grupo. Os técnicos do clube, ao longo da temporada, tiveram que lidar com essas adversidades, mas sem sucesso transformador em termos de resultados expressivos.
Analisar o porquê da queda de performance longe do Independência é crucial para que erros não se repitam nas próximas temporadas. O América-MG perdeu diversas oportunidades cruciais de somar pontos que fariam diferença em sua posição final na tabela. A abordagem defensiva em excesso durante as partidas, planteis que muitas vezes não encontraram coesões e eventuais desfalques por lesão compõem um cenário complicado. Em várias partidas, a equipe abriu mão de uma postura mais agressiva, revertendo em empates que, em termos pontuais, pouco contribuíram.
No futebol, as condições de campo e clima são aspectos muitas vezes subestimados, mas que podem influenciar diretamente no desempenho das equipes. Para o América-MG, a necessidade de adaptação rápida a diferentes estádios parece ter sido uma pedra no sapato. Estádios com gramados em diferentes condições, o calor ou a umidade variando drasticamente eram fatores contra os quais os jogadores precisavam adicionalmente lutar.
Estratégias táticas falhas certamente contribuíram para a baixa performance. A dependência excessiva de jogadores chave, que em muitas ocasiões estavam suspensos ou lesionados, desafiou o técnico a reinventar a equipe, nem sempre com sucesso. A falta de um meio campo criativo e de um ataque constante revelou-se letal quando a equipe precisava reverter placares desfavoráveis. O sistema tático usado fora de casa, com frequência, não se mostrou eficaz contra adversários que tinham o domínio da própria casa.
A preparação psicológica dos jogadores também é um ponto crítico a ser discutido. O impacto emocional de jogar fora de casa, diante de torcidas hostis, pode corroer o moral da equipe. Psicólogos esportivos poderiam auxiliar no desenvolvimento da resiliência e da mentalidade vencedora desse grupo que provou, em outras temporadas, ser capaz de grandes feitos.
Para a próxima temporada, América-MG deve focar em uma revisão profunda de suas práticas e estruturas. O time precisa recrutar e formar jogadores que possam substituir à altura possíveis desfalques. Investir em talentos que possam oferecer versatilidade dentro de campo, adaptando-se a circunstâncias diversas que as viagens e os confrontos proporcionam, é essencial.
Além disso, trabalhar a formação de um banco de reservas forte e homogêneo, que possa suportar qualquer adversidade, é um passo significativo. Identificar oportunidades para executar treinamentos em ambientes adversos como preparação específica para jogos fora de casa, pode trazer benefícios. Transformar suas dificuldades atuais constituirá o cerne para converter experiências negativas em potencial vitória futura. América-MG possui história e capacidade, e aprender dos tropeços desta temporada pode ser o impulso necessário para um retorno mais auspicioso à Série A.