Crystal Palace perde direito à Europa e recorre ao TAS: decisão confirma descida para a Conference League
set 24, 2025
joice joicinha
por joice joicinha

O Crystal Palace viu seu sonho europeu ser interrompido quando a UEFA o rebaixou da Europa League para a Conference League por infringir as normas que proíbem a participação de clubes sob a mesma estrutura acionária em competições continentais. A decisão provocou a abertura de um recurso junto ao Court of Arbitration for Sport, mas o tribunal manteve a penalização, confirmando a participação do clube londrino na segunda divisão da Europa para a temporada 2025/26.

Entenda o caso de propriedade múltipla

A raiz da controvérsia está na participação de John Textor, empresário americano que, por meio da Eagle Football Holdings, controla majoritariamente o Olympique Lyonnais e, simultaneamente, possuía uma participação controladora no Crystal Palace. A UEFA, por meio do seu Club Financial Control Body (CFCB), analisou o quadro societário e concluiu que Textor mantinha influência decisiva em ambos os clubes, violando a regra que impede que duas equipes que compartilham o mesmo dono disputem a mesma competição europeia.

O clube inglês havia garantido sua vaga na Europa League ao vencer o Manchester City na final da FA Cup em maio de 2025, um feito que normalmente garantiria ao time um lugar direto no torneio continental. Contudo, ao ser detectada a irregularidade de propriedade, a UEFA revogou a classificação e designou o Crystal Palace para a Conference League, enquanto o Lyon manteve seu lugar na Europa League.

Em uma tentativa de sanar a situação, Textor vendeu cerca de 43% de sua participação no Palace para Robert "Woody" Johnson, co-proprietário do New York Jets, em junho de 2025. Embora a transação reduzisse sua influência, o acordo foi concluído depois do prazo fixado pela UEFA (1º de março de 2025) para ajustes nos quadros acionários, o que impediu que a mudança fosse considerada válida para o regulamento da competição.

Desdobramentos e consequências

Desdobramentos e consequências

O recurso apresentado pelo Crystal Palace ao TAS foi recebido em julho, com a promessa de um procedimento acelerado e decisão prevista para 11 de agosto de 2025. O tribunal avaliou todos os documentos, incluindo contratos de compra e venda, registros societários e depoimentos de dirigentes, e concluiu que, no momento da avaliação da UEFA, Textor ainda exercia controle efetivo sobre o Palace.

Com o veredicto desfavorável ao clube, Nottingham Forest, que terminou sétimo na Premier League, assumiu a vaga na Europa League que havia sido originalmente destinada ao Palace. Essa mudança tem implicações financeiras e esportivas significativas, pois a participação na Europa League garante receitas de TV e patrocínio superiores às da Conference League, além de proporcionar confrontos contra equipes de maior prestígio.

O caso reacende o debate sobre a necessidade de regras mais claras e aplicáveis quanto à propriedade múltipla no futebol. Enquanto alguns defendem uma maior transparência e limites mais rígidos, outros argumentam que a globalização dos investimentos pode trazer recursos importantes para clubes menores, desde que haja salvaguardas adequadas.

Para o Crystal Palace, a temporada 2025/26 começará com a expectativa de mostrar que, mesmo na Conference League, pode lutar por resultados expressivos e manter a admiração da sua torcida. O clube ainda precisará reavaliar sua estratégia de mercado e estruturar um plano de longo prazo que evite novos embates regulatórios.