Netflix anuncia compra da Warner Bros. Discovery por US$ 82,7 bilhões em acordo histórico

Em um movimento que redefine o futuro do entretenimento global, a Netflix confirmou, em 5 de dezembro de 2025, a aquisição da Warner Bros. Discovery por US$ 82,7 bilhões — um dos maiores acordos da história da indústria cultural. A operação, que combina a maior plataforma de streaming do mundo com o gigante que detém Game of Thrones, Harry Potter e o Universo DC, não é apenas uma fusão de ativos: é um golpe estratégico que pode acabar com a era da fragmentação no mercado de conteúdo. O valor total da transação, estimado em US$ 82,75 bilhões, inclui US$ 23,25 em dinheiro e US$ 4,50 em ações da Netflix por cada ação da Warner Bros. Discovery. Mas há um detalhe crucial: o preço final depende de um mecanismo de colarinho que ajusta a proporção entre dinheiro e ações conforme a flutuação do preço da ação da Netflix antes do fechamento. E isso, por si só, já é um sinal de que a empresa está jogando com precisão milimétrica.

Um acordo que só acontece depois de uma separação

O negócio não será concluído em 2025 — nem em 2026. Ele só se tornará realidade após a separação da divisão Global Networks da Warner Bros. Discovery, que inclui redes como CNN, TNT e Discovery. Essas marcas serão reunidas em uma nova empresa independente, chamada Discovery Global, cuja criação está programada para ocorrer entre julho e setembro de 2026. Só então, e apenas se todas as condições forem cumpridas, a Netflix poderá finalizar a compra. É um passo incomum, mas inteligente: ao descartar os canais de TV por assinatura, a Netflix evita um pesado fardo regulatório e se concentra apenas no conteúdo de maior valor para seu modelo de streaming. O que sobra? O estúdio Warner Bros. Pictures, o catálogo de filmes e séries, e o serviço HBO Max — que, segundo a própria Netflix, será integrado como “uma expansão do modelo atual da plataforma”.

As consequências para os cinemas e o público

Aqui está o que muitos espectadores querem saber: os filmes da Warner Bros. ainda vão estrear nos cinemas? Sim. Por enquanto. A Netflix garantiu que o estúdio manterá “janelas tradicionais” de exibição — ou seja, os filmes continuarão a ser lançados primeiro em salas de cinema, com um período exclusivo antes de chegarem à plataforma. Isso não é um recuo. É uma jogada. A empresa entende que o cinema ainda é um catalisador de hype, de marketing, de cultura. Mas a longo prazo? A tendência é clara: o streaming será o centro. E com o controle de mais de 100 anos de catálogo cinematográfico, a Netflix terá poder para decidir quando, como e onde os filmes serão vistos — sem depender de parceiros de distribuição. O público ganha acesso a um acervo sem precedentes. Mas perde a diversidade de plataformas.

Paramount Global alerta: risco de monopólio

Enquanto a Netflix comemora, a Paramount Global enviou uma carta formal ao time jurídico da Warner Bros. Discovery, alertando que o acordo pode enfrentar resistência pesada das autoridades antitruste dos Estados Unidos. O Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio já estão de olho. A Paramount acusa a Warner Bros. Discovery de “favoritar o streaming nas negociações” com cinemas e distribuidores — ou seja, de priorizar acordos que beneficiam o HBO Max em detrimento das salas de cinema. Se isso for comprovado, pode ser o início de um processo de investigação que atrasa ou até bloqueia a aquisição. O risco é real: juntar a Netflix e a Warner Bros. Discovery criaria um conglomerado que controlaria mais de 40% do conteúdo original de streaming no mundo. Isso não é só uma ameaça à concorrência. É uma ameaça à liberdade de escolha do consumidor.

Por que isso importa para você

Por que isso importa para você

Se você paga por Netflix, isso pode significar mais conteúdo, menos anúncios, e talvez até preços mais altos. Se você é produtor independente, pode ter mais dificuldade para vender seus filmes — porque a Netflix terá menos necessidade de comprar de terceiros. Se você ama cinema, pode ver menos lançamentos em salas, porque a empresa vai priorizar o streaming. E se você é um espectador de HBO Max? Em breve, não haverá mais HBO Max. Tudo será absorvido pela Netflix. O que era um serviço separado vira um pacote dentro de outro. É como se a Amazon tivesse comprado a Apple e decidido que o iPhone só funcionaria no Amazon Prime. A lógica é de domínio, não de cooperação.

O que vem a seguir

O cronograma é claro: até setembro de 2026, a Discovery Global precisa ser criada. Depois disso, a Netflix terá 60 a 90 dias para finalizar a transação — desde que as autoridades antitruste não interrompam o processo. Fontes próximas ao acordo dizem que a empresa já está preparando uma campanha de lobby em Washington, com consultores de alto nível. Mas a pressão internacional também cresce. A União Europeia e o Reino Unido já sinalizaram que irão analisar o impacto da operação em seus mercados. A China, por sua vez, pode bloquear o acesso ao catálogo da Warner Bros. se a Netflix não garantir restrições de conteúdo. O mundo inteiro está de olho. E o mais interessante? Ninguém sabe se o público vai aceitar essa concentração. Talvez, no fim, o que mais importe não seja o valor da transação — mas se as pessoas ainda querem um único rei do entretenimento.

Frequently Asked Questions

Como isso afeta os assinantes da HBO Max?

A HBO Max será integrada diretamente à Netflix até o final de 2026. Os assinantes atuais terão acesso ao catálogo completo da Warner Bros. Discovery sem custo adicional, mas perderão a interface e a marca separada. A Netflix promete manter os conteúdos exclusivos, como "Game of Thrones" e "The Last of Us", mas a experiência de navegação mudará completamente. Não haverá mais login separado — tudo será unificado na plataforma principal.

O que acontece com os filmes que ainda estão em produção pela Warner Bros.?

Todos os projetos em andamento, incluindo os próximos filmes do Universo DC e a sequência de "Dune", continuarão com suas datas de lançamento originais. A Netflix afirmou que manterá a autonomia criativa do estúdio, mas a distribuição será definida por ela. Isso significa que, em alguns casos, filmes que antes seriam lançados em cinemas apenas poderão ter estreia simultânea ou exclusiva na plataforma, dependendo da estratégia de marketing.

Por que a Netflix escolheu comprar a Warner Bros. Discovery e não a Disney ou a Amazon?

A Warner Bros. Discovery tem o catálogo mais rico em franquias clássicas — algo que a Disney já controla em grande parte e a Amazon não possui. Além disso, a Netflix já tem relação histórica com a Warner Bros. por meio de licenças anteriores. Comprar a Warner é como adquirir um museu de cinema. Comprar a Disney seria como tentar engolir um império. O custo e os riscos regulatórios seriam insustentáveis.

Quais são os riscos de regulamentação mais prováveis?

O principal risco é a acusação de monopólio em conteúdo original e distribuição. As autoridades podem exigir que a Netflix venda partes do catálogo, como os direitos de "Harry Potter" ou "Game of Thrones", para manter a concorrência. Outro risco é o controle sobre os canais de distribuição: se a Netflix passar a decidir quais filmes entram nos cinemas e quais não entram, isso pode ser visto como abuso de poder. A investigação da FTC já está em fase preliminar.