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Novo Coronavírus de Morcegos HKU5-CoV-2 Descoberto na China Levanta Questões Sobre Pandemias
fev 27, 2025
Tatiana Monteiro
por Tatiana Monteiro

Um novo coronavírus de morcegos, identificado como HKU5-CoV-2, foi descoberto na China, e está gerando discussões no mundo da saúde pública devido ao seu potencial de transmissão de animais para humanos. A pesquisa, liderada pela renomada virologista Shi Zhengli do Instituto de Virologia de Wuhan, destaca que o vírus pertence ao subgênero merbecovírus, assim como o MERS-CoV.

O detalhe mais preocupante é que o HKU5-CoV-2 é capaz de se ligar aos receptores humanos ACE2, os mesmos utilizados pelo SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19. No entanto, a afinidade do novo vírus é significativamente menor, o que indica uma menor probabilidade de transmissão eficiente entre humanos.

Infecção em laboratório, mas sem casos humanos

Os pesquisadores conseguiram demonstrar que HKU5-CoV-2 pode infectar linhas de células humanas e organoides pulmonares e intestinais em ambientes de laboratório. No entanto, a eficiência de transmissão do vírus é muito menor em comparação ao COVID-19.

Até o momento, não foram registrados casos de infecção em humanos, o que traz certo alívio, mas ao mesmo tempo ressalta a importância da vigilância contínua. Dr. Michael Osterholm, um especialista em doenças infecciosas, acrescentou que a imunidade existente devido à pandemia de COVID-19 pode ajudar a reduzir ainda mais o potencial pandêmico desse novo vírus.

Dr. Marc Siegel, da NYU Langone Health, enfatizou que, embora o risco teórico exista, a probabilidade de uma transmissão generalizada entre humanos permanecesse baixa.

O estudo, que foi publicado em fevereiro de 2025 na revista Cell, é resultado de uma colaboração entre o Laboratório de Guangzhou, a Universidade de Wuhan e o Instituto de Virologia de Wuhan. Esta descoberta reforça a necessidade de pesquisas contínuas sobre coronavírus de morcegos e da colaboração internacional para monitorar riscos zoonóticos.

A ciência está atenta às potenciais ameaças, mas a mensagem predominante dos especialistas é clara: não há motivos para pânico imediato, mas sim para vigilância e pesquisa focada.