Nem mesmo o mais pessimista dos santistas imaginou ver o Santos FC tão vulnerável logo após voltar à elite. Em 2025, o clube parece não encontrar o rumo: em 11 rodadas do Brasileirão, saiu vitorioso apenas duas vezes, empatou duas partidas e sofreu derrotas em sete. O índice de vitórias beira inacreditáveis 18%, um dos menores entre os 20 clubes da Série A, e coloca o time próximo da zona de rebaixamento. Os fantasmas de campanhas ruins do passado estão de volta à Vila Belmiro.
A última sequência do Peixe é simbólica: cinco derrotas consecutivas, culminando no revés por 1 a 0 diante do Botafogo RJ, no início de junho. Em nenhuma dessas partidas o torcedor viu consistência, confiança ou poder de reação. O saldo de gols traduz essa fragilidade: foram só 8 marcados em 11 jogos (média de 0,73), contra 12 sofridos (1,09 por partida). O saldo negativo já acende o sinal de alerta, mas há detalhes ainda mais preocupantes.
Ser vazado está virando rotina para o Santos. O clube não consegue terminar um jogo sem sofrer gols há nove rodadas seguidas. A falta de solidez defensiva afunda qualquer plano de recuperação. Do outro lado, o ataque também não inspira: dificilmente os dois times balançam as redes na mesma partida, outro sinal da limitação ofensiva santista em 2025.
Fora da Série A, os problemas continuam. Na Copa do Brasil, a eliminação precoce para o Vitória, ainda na terceira fase, só aumentou a pressão. Foram dois jogos burocráticos, um empate e uma derrota, sem brilho ou vontade de competir. No Campeonato Paulista, o desempenho foi instável, com uma arrancada interessante na primeira fase, mas queda de produção no mata-mata. Ficar fora da decisão estadual serviu de alerta, mas pouca coisa mudou depois disso.
O drama fica evidente quando olhamos os resultados ao longo da temporada: a defesa raramente sai ilesa, o ataque não é eficiente e a instabilidade emendaram derrotas em sequência. Alguns torcedores apontam erros na montagem do elenco, carência de peças experientes e um vestiário ainda marcado pelas dificuldades da última passagem na Série B. Internamente, a cobrança cresce, mas soluções rápidas parecem distantes.
No momento, o sentimento que impera é o da frustração e incerteza. O torcedor, que sonhou com estabilidade após o acesso, agora teme ver o time novamente flertar com o rebaixamento. Se nada mudar nos próximos jogos, o risco de repetir o roteiro dramático de anos anteriores é real. O desafio do Santos é gigante: precisa resgatar confiança, ajustar o sistema defensivo e reencontrar a vocação ofensiva de outros tempos. O tempo, no entanto, está correndo contra o Peixe nesta temporada de 2025.