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Lei 'anti-Oruam' avança em Natal e expande discussão sobre apologia ao crime
fev 22, 2025
Tatiana Monteiro
por Tatiana Monteiro

Projeto de Lei em Natal amplia discussão sobre apologia ao crime

A crescente preocupação com a apologia ao crime em eventos culturais financiados pelo poder público vem ganhando espaço em diversas cidades do Brasil. Em Natal, a capital do Rio Grande do Norte, essa questão tomou forma de uma proposta legislativa conhecida como 'Lei anti-Oruam', apresentada recentemente pelo vereador Subtenente Eliabe (PL) na Câmara Municipal. Inspirado nas ações tomadas em São Paulo pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), o projeto visa proibir a contratação de artistas que promovem mensagens ligadas ao crime, como apologia ao tráfico de drogas, organizações criminosas ou conteúdos claramente sexuais, durante apresentações públicas.

Essa legislação, batizada com o nome do rapper Oruam, surgiu após a sua participação polêmica no festival Lollapalooza em 2024, onde vestia uma camiseta chamando pela liberdade de seu pai, Marcinho VP, um conhecido chefe do Comando Vermelho atualmente preso. Oruam tornou-se, então, um alvo central nas discussões sobre o que constitui apologia ao crime e quais são os limites da expressão artística.

Iniciativas em outras capitais adotam medidas semelhantes

Iniciativas em outras capitais adotam medidas semelhantes

Além de Natal, propostas semelhantes surgem em outras 12 capitais pelo país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Na esfera nacional, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) tem liderado esforços para lançar uma versão federal da lei. Os projetos de lei, tanto estadual quanto municipal, incluem cláusulas que permitem a aplicação de multas de até 100% do valor do contrato para artistas que desrespeitem as diretrizes estabelecidas para os eventos públicos. Tal rigor é justificado pelos legisladores como uma forma de proteger o público, especialmente crianças e adolescentes.

O vereador Subtenente Eliabe, ao lado de Coronel Azevedo, que apresentou o projeto na Assembleia Legislativa do estado, afirma que essas medidas são necessárias para estabelecer limites claros nos conteúdos apresentados em shows promovidos por verbas públicas. A proposta visa criar um ambiente cultural mais seguro e educativo, distanciando-se de qualquer material que possa incentivar comportamentos ilícitos ou prejudiciais.

Ao contrário do que muitos poderiam esperar, o movimento não está restrito ao Rio Grande do Norte ou São Paulo. É uma discussão que começa a repercutir em todo o país, questionando os limites entre liberdade cultural e responsabilidade social, além de abrir um diálogo sobre como balancear as restrições impostas ao conteúdo artístico sem infringir a liberdade de expressão. Este cenário reflete um momento significativo na política cultural do Brasil, direcionado a prevenir influências negativas da cultura no público jovem.